Comunidade cobra ação das autoridades em favor dos produtores rurais
Da Redação – Após mais de uma década de espera, uma farinheira elétrica industrial finalmente está sendo montada na comunidade ribeirinha Nova Esperança, conhecida como Terra Firme, próximo ao núcleo urbano do distrito de Calama, em Porto Velho.

Esse sonho tão aguardado, que vai possibilitar o aumento da produção e com muito mais qualidade, além de aliviar o trabalho pesado dos agricultores, pode ser frustrado pela falta de energia e água potável, benefícios também aguardados por décadas e décadas.
O equipamento que tem capacidade para produzir (torrar) 40 sacas de 60 quilos de farinha de mandioca por dia (2,4 toneladas) é completo. Além do forno para torrar a massa, é composto pelo triturador e a prensa, entre outros itens necessários para a execução dos serviços, já que a farinha é uma das principais fontes de renda dos trabalhadores.
Atualmente, sem as facilidades proporcionadas pela farinheira, os agricultores conseguem produzir no máximo de três a quatro sacas de farinha por dia, devido a todas as dificuldades enfrentadas, desde o transporte da mandioca até o preparo da massa.
Esse é mais um motivo dos constantes apelos dos moradores por energia e água de qualidade. Segundo eles, é muito difícil subir e descer um barranco com quase 100 degraus várias vezes ao dia para conseguir água suficiente para fazer a farinha.
“Sem contar que a energia que usamos é produzida precariamente por meio de um pequeno motor a gasolina, fator que aumenta ainda nossos custos”, explica. a presidente da Associação de Produtores e Produtoras Rurais e Extrativista de Nova Esperança (Terra Firme) – ASPRESE, Maria de Fátima Batista.
ANOS DE LUTA

Com muito esforço, depois de várias viagens a Porto Velho, praticamente batendo de porta em porta nos gabinetes, em 2008, Maria de Fátima Batista finalmente conseguiu a farinheira junto à Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Semagric), órgão da prefeitura do município.
Entretanto, o equipamento erroneamente foi entregue aos produtores da comunidade de Rio Preto, que fica por trás de Terra Firme. Sem meios para transportar, somente agora, 13 anos depois, com o auxílio de um trator agrícola que a ASPRESE também ganhou da Semagric, finalmente a farinheira chegou onde deveria ter chegado há mais de uma década atrás.
A tarefa não foi nada fácil. Para conseguir realizar a façanha, moradores de Nova Esperança tiveram que abrir uma enorme trilha na mata até a localidade de Rio Preto, desmontar o equipamento e fazer o transporte. “Sem esse trator e muito esforço dos agricultores não seria possível”, comentou Maria de Fátima.
No entanto, todo esse esforço de anos e anos poderá não produzir os efeitos esperados, caso a comunidade não seja beneficiada com energia de qualidade e um poço artesiano.
Além dos moradores de Terra Firme, a farinheira poderá ser utilizada por agricultores das comunidades vizinhas.