Porto Velho (da redação) – Com cerca de 200 anos de existência e há décadas lutando pela chegada da energia elétrica, Nova Esperança, também conhecida como Terra Firme, uma comunidade tradicional do baixo Madeira, finalmente tem o seu sonho realizado por meio de placas solares.

Localizada na margem do rio Madeira, próximo da fronteira de Rondônia com o Amazonas, acerca de 150 km de Porto Velho, a comunidade é composta atualmente por 27 famílias, todas descendentes dos primeiros moradores. Outras que cansaram de esperar pelos benefícios mudaram-se para outras regiões, inclusive para a capital rondoniense.

Conforme a presidente da Associação de Produtores e Produtoras Rurais e Extrativistas do local  (ASPRESE), Maria de Fátima Batista dos Santos, a realização do sonho só foi possível graças ao programa do Governo Federal intitulado Mais Luz para a Amazônia.

“O Governo Federal fez um projeto e mandou pesquisar lugares isolados que não tinham rede de energia elétrica. A Energisa fez a pesquisa e depois contratou uma outra empresa para realizar os serviços e deu certo, graças a Deus”, comemora a líder da comunidade, acrescentando que o levantamento para instalação das placas solares foi realizado no ano passado, mas na ocasião, ainda era difícil de acreditar.

Além de Terra Firme, outras localidades tradicionais do entorno, como Ilha Nova e Ressaca, entre outras, também passarão a usufruir da energia solar. Com isso, terão condições de beber água gelada e conservar os produtos que cultivam, já que a maioria vive da agricultura, da pesca e do extrativismo, o que significa mais qualidade de vida para todos.

“Vai ser uma maravilha. O melhor é que cada família vai pagar uma taxa de apenas R$ 60 pela energia”, completou Maria de Fátima

PROGRAMA

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, “o Programa Mais Luz para a Amazônia (MLA) foi criado com o objetivo de promover o acesso à energia elétrica para a população brasileira localizada nas regiões remotas dos estados da Amazônia Legal, visando o desenvolvimento social e econômico destas comunidades. Assim, também possibilita o fomento de atividades voltadas para o aumento da renda familiar e pelo uso sustentável dos recursos naturais da região…”.

ÁGUA

“Agora vamos continuar nossa luta por outro grande sonho, que é água tratada. Por enquanto só promessa de construírem um poço artesiano. Todos os dias somos obrigados a beber água contaminada por mercúrio do rio Madeira”, desabafou.