O Sagui-pigmeu ou Sagui-leãozinho pode ser encontrado na região da floresta Amazônica brasileira e em florestas da Colômbia, Peru e Equador.
Você provavelmente gosta de algum animal e talvez até já tenha se perguntado se existe alguma espécie gigante ou pequenina dele. Acontece que muitas das perguntas relacionadas a animais e seus tamanhos, em algum momento, envolvem a Amazônia.
Um exemplo é o Sagui-pigmeu, considerado a menor espécie de símio do mundo. Também conhecido como Sagui-leãozinho, esse macaquinho foi descoberto pela primeira vez em 1823 pelo naturalista alemão Johan Spix.
A viagem começou no Rio de Janeiro, que na época era a capital nacional, e percorreu partes do Sudeste, do Nordeste e do Norte. Perto do final da expedição pela Amazônia, a dupla de naturalistas separou-se depois de ter chegado à localidade de Tefé, no Amazonas.
Martius subiu o rio Japurá, mais ao norte, antes de retornar para Manaus, em março de 1820. Spix foi até (a então vila de) Tabatinga, às margens do rio Solimões, hoje território do Estado do Amazonas.
Em seu trabalho, o naturalista indicou que o animal era proveniente da região de Tabatinga, porém, não deixou claro se o sagui era da margem direita ou esquerda do Solimões.
Características
De acordo com estudos, o pequenino possui cerca de 15 centímetros de comprimento e pode pesar até 130 gramas. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Salford, em Manchester, no Reino Unido, em parceria com cientistas de quatro instituições brasileiras, descobriu (em 2018) que, na verdade, a espécie não é uma, mas duas.
A equipe reuniu evidências que provam que, por volta de 2 a 3 milhões de anos atrás, o sagui-pigmeu se dividiu em duas espécies: Cebuella pygmaea pygmaea e Cebuella pygmaea niveiventris.
Os Sagui-pigmeus são encontrados na Floresta Amazônica internacional, no Brasil, Colômbia, Peru e Equador. Eles se alimentam principalmente de insetos e aracnídeos, mas também de frutas, folhas e seiva.
São animais diurnos e arbóreos que se movem silenciosamente dentro da floresta, geralmente próximos aos rios, podendo apresentar uma alta densidade nestes habitats, mais de 200 indivíduos/km².
Os primatas permanecem no território até que os alimentos se esgotem. Quando isso ocorre, eles vão para outras áreas, migrando de meio e um quilômetro por vez, sempre em bandos.
Trabalhos conduzidos com esta espécie registraram populações que variavam de 5 a 9 indivíduos habitando copas de árvores. A coloração da pelagem é uma mistura de castanho e dourado.
A espécie é considerada monogâmica, na qual, as fêmeas adultas e sub-adultas são maiores que os machos. Os nascimentos acontecem duas vezes por ano, tendo de 1 a 3 filhotes, entretanto o nascimento de gêmeos é frequente.
Os filhotes deixam de ser amamentados quando atingem três meses de idade e com seis meses já são considerados independentes.
Conservação
O sagui-pigmeu é considerado pouco preocupante no status de conservação, segundo a Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês), de 2008, e o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.
Apesar da classificação, a população apresenta um declínio contínuo no número de indivíduos e está listada no Apêndice II da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES).