O Poder Judiciário de Rondônia, por meio do GMF- Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e de Medidas Socioeducativas, apoia e difunde a 1ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Sistema Prisional, que acontece nos dias 14 e 18 de julho nos presídios Feminino e 603 (unidade Jorge Thiago), em Porto Velho.

A iniciativa de caráter nacional e inédita em sua abrangência, tem atividades programadas em unidades prisionais de todos os Estados da Federação e do Distrito Federal. Consiste na exibição de curtas-metragens seguidos de rodas de conversa e dinâmicas com foco em cidadania, pensamento crítico e direitos humanos. A participação nas sessões também contribui para a remição de pena, mediante relatório apresentado ao Juízo de Execuções Penais, reforçando o papel da cultura na reintegração social de pessoas privadas de liberdade.

A Mostra é apresentada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (DMF), com apoio do Programa Fazendo Justiça, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A proposta visa fomentar reflexões sobre os direitos humanos no ambiente prisional, utilizando a linguagem cinematográfica como ferramenta de educação transformadora e reintegração social.

A iniciativa está em consonância com a Resolução CNJ nº 391/2021, que reconhece a remição de pena por meio da participação em atividades educacionais não-formais, promovendo o acesso à cultura e o fortalecimento das estratégias de reintegração e ressocialização.

A realização da Mostra decorre de uma ampla articulação interinstitucional que reúne, além do CNJ, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (por meio da Secretaria Nacional de Políticas Penais), o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o Ministério das Mulheres, a Universidade Federal Fluminense e a Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), entidades comprometidas com a promoção da educação, da cultura e dos direitos humanos no sistema prisional.

No presídio Feminino está prevista a participação de 20 reeducandas, já na unidade 603 contará com 60 reeducandos na atividade. Por meio das obras exibidas, os privados de liberdade podem ressignificar suas vivência,  se reconhecer, reforçando com essa oportunidade, o papel da cultura como direito e instrumento de transformação social.

Filmes

Entre os curtas previstos para exibição e reflexão estão obras de cineastas de vários estados Brasileiros, inclusive de Rondônia, como é o caso do curta Somos Terra, dos diretores Elisabeth Christofoletti e Nilson Santos que trata da temática indígena.

Confira os filmes e sinopses:

Confluências – 26 min – “Confluências” é um filme com Nêgo Bispo, onde se compartilha os modos de festejar e outros modos de vida do quilombo Saco-Curtume situado na zona rural de São João do Piauí/PI/BR

Big Bang – 15 min – Chico ganha sua vida consertando fornos, nos quais ele facilmente entra devido seu tamanho. Face a um sistema que lhe exclui, não lhe resta outra alternativa que não seja a de se colocar em resistência. Sobre o diretor: Carlos Segundo é diretor, fotógrafo, roteirista e montador. Realizou mais de 15 obras de ficção e documentário que ao todo circularam em mais de 400 festivais nacionais e internacionais, ganhando mais de 150 prêmios.

Habito – 18 min – Fernando confronta seus medos e dores para realizar o sonho de ser cineasta.

Belos Carnavais – 17 min – Dadinho, um velho sambista, é levado por sua neta ao enterro de seu irmão, sambista de uma Escola de Samba rival. Neste percurso uma história de rivalidade, samba e traição emerge do passado.

Mansos – 20 min – Benedita é uma jovem que cresceu com uma marca em seu passado: o assassinato de sua mãe, Tereza. Benedita, agora liderança, fará valer a luta de sua mãe em uma busca incessante por vingança.

Sobre a cabeça os aviões – 18 min – Dez anos depois do crime que envenenou 92 pessoas em 2013, na Escola Municipal Rural São José do Pontal, em Rio Verde (GO), o curta-metragem revela os impactos da pulverização aérea de agrotóxicos na vida e no futuro de crianças em comunidades do campo em Goiás.

Marina não vai à praia – 17 min – Um grupo de adolescentes do interior de Minas Gerais prepara uma excursão para uma cidade no litoral. Marina, uma garota de 15 anos, com Síndrome de Down, sonha em conhecer a praia. Impedida de viajar com sua irmã, Marina busca outros caminhos para conhecer o mar.

Lapso – 24 min – Após praticarem atos de vandalismo, Bel e Juliano, adolescentes da periferia de Belo Horizonte, cumprem medidas socioeducativas onde se conhecem passando a compartilhar afetos e incerteza diante da dureza dos dias, da repressão e do esquecimento do sistema.

Sobre amizade e bicicletas – 12 min – Thiago sempre sonhou em participar da corrida de bicicletas, mas isso parecia um sonho impossível devido à sua condição física. Tudo muda quando ele conhece Cecília, uma corajosa menina com deficiência visual que não conhece limites. Juntos, eles vão aprender a andar de bicicleta e o significado da amizade.

Máquina de lazer – 10 min – O documentário faz um breve estudo sobre o tempo livre e sua relação com o trabalho em uma sociedade capitalista.

Água rasa – 19min – Através da sabedoria de ‘Sr. Pedro’, Água Rasa descobre, em seu varejão de bambu, o poder de ouvir e se conectar com o rio, com a natureza ao redor e com espíritos ribeirinhos, navegando o rio Paraopeba, contaminado pela lama tóxica de rejeito de mineração devido ao rompimento da barragem da Vale em Brumadinho-MG.

Somos terra – 8 min – Vinda da aldeia Karitiana auto-nominada como “um fio do cabelo do neto de deus”, a narrativa do curta metragem “Somos Terra” do cacique e pajé Cizino Karitiana fala da importância da terra no sentido literal, como lugar da terra mítica, e como lugar de vida e segurança.

Marés da noite – 07 min – Marés da Noite nos conduz por uma noite de sonhos de Juçara, uma jovem mulher grávida que viveu a tragédia de São Sebastião e lida com as feridas abertas, ao mesmo tempo em que carrega a esperança de uma nova vida dentro de si.

Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional