Manifestação acontece antes da Suprema Congregação que acontece agora em outubro

Grande Oriente do Brasil – Rondônia (GOB-RO) está utilizando o final de setembro para antecipar uma de suas principais pautas da Suprema Congregação Maçônica Estadual, que será realizada nos dias 3 e 4 de outubro em Ouro Preto do Oeste: a atuação das forças de segurança no combate ao garimpo ilegal no Rio Madeira. Em uma Carta Aberta que será formalizada durante o evento, o Grão-Mestre Claudenilson Alves, maior autoridade maçônica do GOB em Rondônia, manifesta uma posição firme contra a destruição de maquinário longo do rio trecho entre Porto Velho e Humaiatá, cuja a forma de atuação dos órgãos de segurança vem sendo questionada.

Para  Claudenilson,  embora o combate ao crime seja fundamental, a prática de explodir e queimar dragas e balsas é “irracional” e transforma o ato de repressão em agressão ambiental. A crítica se concentra no despejo de óleos, metais e resíduos tóxicos no rio, afetando diretamente a economia local, a navegação e o sustento da população ribeirinha.

Foto: Divulgação

O Grão-Mestre defende que a  “Carta de Rondônia”  que será  assinada pelos representantes das 44 lojas maçônicas jurisdicionadas ao Grande Oriente do Brasi- Rondônia, durante a XX  Congregação Maçonica,  exija uma política pública inteligente, que inclua a regulamentação do garimpo artesanal de baixo impacto e a destinação social dos bens apreendidos, como tratores e embarcações, para auxiliar a agricultura familiar e a piscicultura. A posição do GOB-RO reflete uma preocupação que já chegou ao Congresso Nacional. Recentemente, a Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal concluiu uma diligência externa nos municípios de Humaitá e Manicoré, no Amazonas, para apurar denúncias de excessos e abusos cometidos pela Polícia Federal durante a Operação Boiúna, que atingiu o garimpo no Rio Madeira.

A comitiva, que contou com a presidente da Comissão, senadora Damares Alves, investigou as consequências da destruição de centenas de dragas, ouvindo prefeitos, conselhos tutelares e moradores. Os parlamentares relataram ter constatado supostas violações de direitos humanos contra a população local, incluindo idosos e crianças, além de criticarem o impacto ambiental da própria operação, citando a poluição do ar e o derramamento de combustíveis.

O número total de dragas destruídas durante a Operação, conduzida pela Polícia Federal no Rio Madeira (Amazonas), foi de 277 equipamentos. O trabalho das forças de segurança começou em 10 de setembro e foi concluída em 24 de setembro, resultando na destruição desse maquinário utilizado no garimpo ilegal.

Os senadores informaram que irão elaborar um relatório detalhado para ser encaminhado a órgãos federais e internacionais, e anunciaram a intenção de apresentar um projeto de lei no Congresso para regulamentar o extrativismo mineral familiar. A convergência entre a pauta da maçonaria rondoniense e a investigação da CDH no Congresso reforça o clamor da sociedade civil e do legislativo pela conciliação entre o combate eficaz ao crime e o respeito à dignidade da população e à preservação ambiental na Amazônia.

 

Fonte: Assessoria

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