Levantamento aponta ainda que 81% dos gestores ouvidos acreditam que programas de promoção da saúde estarão mais presentes nas empresas do setor. Entre as grandes empresas, esse percentual é de 93%

Para metade das indústrias brasileiras, a telemedicina é uma tendência que veio para ficar e as empresas se enxergam fazendo parte dela. Entre as grandes empresas ouvidas em pesquisa do Serviço Social da Indústria (SESI), essa intenção se reflete em 58% delas. O levantamento ouviu 200 gestores de empresas contratantes de planos de saúde entre 11 de novembro e 2 de dezembro de 2020. Das empresas ouvidas, 55% são de pequeno porte, 25% médias e 20% grandes indústrias.

Entre as médias e pequenas empresas consultadas, apesar de a maioria considerar a telemedicina uma tendência, parte delas não se enxergam dentro dessa transformação. “O SESI está desenhando um modelo de uso da telessaúde para apoiar empresas de todos os portes na gestão de saúde corporativa e no acesso a serviços de saúde de qualidade pelo trabalhador, considerando as boas práticas já documentadas e o código de ética da atuação em saúde recomendado pelos conselhos profissionais”, destaca o diretor-superintendente do SESI, Rafael Lucchesi.

Apesar da crise econômica, empresas mantém planos de saúde

A pesquisa também buscou mostrar eventuais impactos que a pandemia teve no sistema de saúde suplementar, sobretudo na relação entre empresas e os planos de saúde contratados. Apesar da crise na economia, somente 13% das empresas consultadas renegociaram contratos com as operadoras de planos de saúde para tentar reduzir ou conter os valores pagos pelos serviços médicos. “Isso demonstra que a questão da saúde dos trabalhadores é prioridade, ainda mais nesse período de pandemia”, destaca Lucchesi.

O levantamento revelou também uma baixa percepção de aumento de sinistralidade. Para a maioria das empresas, houve tendência de manutenção ou redução dos níveis de sinistralidade dos planos de saúde no período. Somente 18% apresentaram aumento na sinistralidade. No entanto, 56% das empresas acredita no “efeito rebote”, que é o uso maior dos serviços médicos após a contenção da transmissão do coronavírus.

Maior cuidado com saúde mental é outra tendência no pós-pandemia

O levantamento mostra ainda que, embora 54% das empresas ouvidas não tenham programas de promoção à saúde, esse tipo de iniciativa deve estar cada vez mais presente nas indústrias, na visão de 81% dos gestores. O percentual de empresas que não têm programa de promoção da saúde é puxado, principalmente, pelas de pequeno (59%) e médio (62%) portes. Entre as grandes indústrias, apenas 28% não possuem essas iniciativas.

Entre as empresas que oferecem ações de promoção da saúde, 81% realizam campanhas de vacinação, 78% fazem acompanhamento médico de hipertensos, 78% estimulam a atividade física de trabalhadores e 72% acompanham trabalhadores com diabetes.

Outra tendência é o maior cuidado com a saúde mental dos trabalhadores. Durante a pandemia, 65% das empresas intensificaram iniciativas para melhorar a saúde mental e combater a depressão entre os trabalhadores. Entre as grandes indústrias, essas ações estão presentes em 93% delas.

A pesquisa traz ainda que, entre as ações mais adotadas pelas empresas para lidarem com os desafios da pandemia para o ambiente de trabalho estão antecipação de férias (64%), redução da jornada de trabalho (48%) e suspensão do contrato de trabalho (44%).

Preço é o principal aspecto que contratantes avaliam em um plano de saúde

A pesquisa também avaliou os modelos de planos de saúde adotados pelas empresas. Entre os aspectos que as empresas mais analisam para a contratação desses serviços são preço (43%) e a qualidade do atendimento e o tempo de relacionamento com a operadora (21%).

O pré-pagamento – modalidade composta por mensalidades fixas estabelecidas por ano de contrato e faixa etária – é a opção de 71% das indústrias. Já o pós-pagamento – valores pagos mensalmente de acordo com o uso – é o modelo usado por 27% das empresas. Somente 2% dos contratantes fazem uso das duas modalidades.

Em mais da metade das empresas consultadas (54%), há rateio da mensalidade com os beneficiários e, em 30%, a indústria paga integralmente as mensalidades. Em apenas 16%, os beneficiários pagam toda a mensalidade do plano. Em 73% das empresas, há um regime de coparticipação dos funcionários no pagamento pelo uso de alguns serviços de saúde, como consultas e exames, e, em média, os beneficiários arcam com 45,9% do valor de cada procedimento.

Entre as principais coberturas dos planos de saúde contratados pela indústria estão consultas e exames (98%), internação hospitalar (97%) e atendimento com obstetra e parto (89%).

SESI atende mais de 15 mil empresas com programas de promoção da saúde

O SESI atende 15.572 empresas com ações de promoção da saúde, totalizando 566.780 pessoas. Entre as principais frentes de atendimento estão atividade física que beneficia 325 mil trabalhadores, imunização contra a gripe com 118 mil vacinas aplicadas e prática alimentar saudável, que beneficia 176 mil pessoas.

A entidade também apoia indústrias no enfrentamento à pandemia, com serviços de telemedicina, vacinação contra H1N1, consultorias, entre outros. Até o momento, os serviços mais procurados foram imunização para contra a gripe para 1.256 empresas e operação de atenção primária à saúde no enfrentamento à Covid-19, que realizou mais de 52 mil testes de trabalhadores em 2 mil empresas e 1.459 serviços de teleatendimento em saúde para 175 empresas.

 

Fonte: CNI/Fiero

Fotos: RV Mais/Nexxto

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