Josué Gomes alegou que a alta carga tributária atrapalha o desenvolvimento da indústria de transformação

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, usou a reunião da diretoria da instituição para cobrar do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), a desoneração da indústria. Gomes disse ser necessário que o governo abra mão, em um primeiro momento, da arrecadação sobre o setor para promover crescimento.

Haddad foi convidado de honra na reunião, que contou com a presença de Paulo Skaf, ex-presidente da Federação, em um movimento para sinalizar o fim da crise interna na entidade.

Josué Gomes da Silva é o atual presidente da Fiesp
HÉLVIO ROMERO/8.JUN.2010/AE

Além de defender a redução na carga tributária do setor como ponto chave para o desenvolvimento da área, Gomes ressaltou a necessidade de uma reforma tributária que, segundo ele, ainda não foi aprovada “porque dentro do próprio setor privado falta consenso sobre ela”. Ele sugeriu também a revisão do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

O ministro da Fazenda não indicou uma desoneração ao setor, mas disse que entre as prioridades da equipe econômica está uma nova proposta de regra fiscal. Haddad ressaltou a necessidade da aprovação da reforma tributária, chamando o Congresso a “abraçar o tema”. Segundo ele, “todos os 27 governadores já se manifestaram formalmente a favor da votação da reforma”.

Crédito e regulamentação

Além da questão fiscal, o ministro disse que a agenda em torno do crédito está no foco do governo. “Vamos desengavetar todas as iniciativas do Banco Central que estavam paralisadas”. Mais cedo, o ministro se reuniu com o presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

Quanto à agenda regulatória, Haddad disse que o foco é na reindustrialização e falou do papel do desenvolvimento da energia limpa como uma vantagem competitiva. “É um forte componente de atração estrangeira e reinvestimento de capital industrial.”

O ministro da Fazenda usou o espaço para tentar acalmar os ânimos do mercado quanto às propostas de governo. Segundo ele, há um “terrorismo” sobre a agenda. “As coisas estão entrando no eixo. Gera um pouco de insegurança, o que é natural. Será um governo de alta intensidade do ponto de vista das reformas”, garantiu.

 

Fonte: R7.COM

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